terça-feira, 28 de outubro de 2014

Visão prospectiva de um verdadeiro visionário...


segunda-feira, 27 de Outubro de 2014

WASHINGTON TRAÇA NOVAS LINHAS DIVISÓRIAS PARA MANTER DOMÍNIO MUNDIAL




As tentativas dos EUA de formar coalizões “contra” e não “por” alguém vem criando um desequilíbrio em escala mundial, assinalou o presidente russo, Vladimir Putin, numa sessão final do Clube de Discussões Internacional Valdai. No seu entender, o desejo dos EUA de dividir o mundo se deve a uma forte aspiração de atingir o domínio mundial. Em resultado disso, o conceito de “soberania nacional” se tornou, para a maioria de Estados, um valor relativo.

Em vez de regularização de conflitos, temos assistido à sua escalada, em vez de Estados estáveis e seguros – um crescente descalabro e caos, em vez de democracia – o predomínio de ideias nacionalistas e radicais. Após o colapso da URSS, os EUA se declararam um único líder mundial sem se importar de se interrogarem até que ponto este novo paradigma teria sido justo e racional, salientou Putin, intervindo perante peritos internacionais:

“Nas condições de domínio de um só país e de seus aliados, ou melhor dizendo, satélites, a procura de soluções globais se traduz no desejo de impor suas receitas na qualidade de modelos universais. As ambições desse grupo cresceram tanto que as abordagens elaboradas nos corredores do poder passaram a ser apresentadas como a opinião da comunidade mundial. O conceito de “soberania nacional”, para a maioria dos países, se tornou um valor relativo. No essencial, foi proposta uma fórmula: quanto maior for a fidelidade ao único pólo de influência mundial, tanto mais elevada será a legitimidade de um ou outro regime governante”.

Aqueles que não aceitarem essa fórmula, se defrontarão com ações de força, sanções econômicas e a forte pressão propagandística. Em algumas ocasiões, contra os líderes se usam várias formas de chantagem aberta – o “grande irmão” costuma gastar bilhões de dólares para a realização de campanhas de espionagem, inclusive contra seus aliados mais próximos. Washington precisa disso para ostentar a sua exclusividade”, frisou o presidente da Rússia, Vladimir Putin:

“Temos visto as tentativas de fragmentar o mundo, traçar linhas divisórias e formar coalizões segundo o princípio “contra” alguém e não em prol de alguém ou de alguma coisa, formar uma imagem de inimigo e obter o direito à liderança, ou seja, o direito de impor a sua vontade onde quer que seja. Sabemos como era vista e interpretada a situação internacional na época de “guerra fria” – os EUA diziam aos aliados: “Temos um inimigo comum, inimigo terrível em que se concentram todos os males. Nós vamos defender os aliados contra esse inimigo maligno, por isso temos o direito de mandar, forçar a sacrificar seus interesses políticos e económicos, a arcar com as despesas necessárias para a defesa coletiva, da qual iremos tomar conta”. Hoje, num mundo diferente em constante mudança, transparece a aspiração de realizar os esquemas tradicionais de governação global no intuito de garantir a sua exclusividade e obter, deste modo, seus dividendos políticos e econômicos”.

Neste contexto, não importa muito o fato de quem se tornará nesse “pólo do mal” universal: o Irã, no seu afã de criar tecnologias nucleares, a China, como a primeira potencia econômica mundial ou a Rússia, como a superpotência nuclear. O importante é que sem a luta contra esse “inimigo”, Washington não poderá concretizar seus planos ditatoriais.

Ao mesmo tempo, tais tentativas têm tido pouca coisa a ver com realidade que vivemos, surtindo um efeito contrário. Assim, misturando a política com a economia, as autoridades de muitos países têm vindo a prejudicar seus interesses nacionais. As intentonas de impor suas regras de jogo têm demonstrado a sua incapacidade de fazer frente aos desafios globais como o terrorismo, o narcotráfico e o extremismo religioso.

No entanto, existem as vias de ação alternativas, indicadas e seguidas já pelos países membros do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Para a união desses países com as economias emergentes não é necessário criar imagens de inimigo externo. O BRICS tem perseguido objetivos diferentes no sentido de dinamizar e estreitar as relações entre os Estados e não as afrouxar ou debilitar.

A Rússia fez sua opção. Ela não necessita de “exclusividade”. Mas, respeitando os interesses de outros Estados, ela pretende insistir em que seus interesses sejam levados em conta e que a sua posição seja também respeitada.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Bastando somente a integração da Alemanha para que a hegemonia dos EUA se escamoteei e emerja uma nova ordem mundial que destaque economias emergentes da América do Sul e África!!!


SERÁ QUE A RÚSSIA E CHINA ESTÃO ALTERANDO A ORDEM MUNDIAL?




A Rússia e China pretendem rever a ordem mundial, formada nos últimos 70 anos, declarou o vice-ministro da Defesa dos EUA, Robert O´Work, ao intervir no Conselho Americano para Relações Internacionais.

Leonid Kovachich

Nas suas palavras, a tarefa de Washington consiste em convencer-se de que Pequim e Moscou não irão usar a força para garantir os seus interesses.

O vice-ministro da Defesa dos EUA está preocupado com o fato de os dois países reforçarem suas posições ao lado de suas fronteiras – a Rússia no oeste e a China – em mares adjacentes. “Devemos dispensar atenção especial a essa circunstância. Temos de determinar ao nível estratégico como iremos trabalhar agora com duas potências regionais muito fortes”, assinalou O´Work.

“A Rússia e China gostariam de alterar alguns aspetos da ordem mundial, formada após a guerra. Mas esses países devem conhecer que os EUA podem responder com métodos militares à ameaça a seus aliados”, apontou o vice-ministro.

O que subentendia o funcionário americano referindo-se à alteração da ordem mundial? A América havia utilizado seu domínio econômico após a Segunda Guerra Mundial para reforçar sua influência no mundo. Ao mesmo tempo, até os finais dos anos 80, a situação no mundo esteve em equilíbrio graças a outro sistema sociopolítico, a União Soviética, que se encontrava em estado de guerra fria com os Estados Unidos. Mas, como resultado da desintegração da URSS, a América livrou-se de seu único rival.

Sob a cobertura da garantia da segurança coletiva e da contraposição com métodos da força ao terrorismo, os EUA começaram a entrar em territórios de outros países, instaurando lá regimes pró-americanos. Tais métodos, contudo, nem sempre levaram aos fins desejados. Isso, em parte, explica a preocupação dos Estados Unidos, considera o vice-diretor do Instituto dos EUA e do Canadá, Pavel Zolotarev.

“Ainda em 2008, o então presidente da Ucrânia, Viktor Yuschenko, pretendia concretizar o programa de entrada do país na Otan. Os Estados Unidos tentavam também arrastar a Geórgia para a aliança militar com a ajuda de Mikheil Saakashvili. Destaque-se que os líderes ucranianos e georgianos coordenavam entre si esses esforços. Assim, grupos militares e meios de defesa antiaérea ucranianos foram instalados no território da Geórgia. Esta foi a primeira tentativa de alterar radicalmente a situação na região”.

A segunda tentativa havia sido preparada durante muitos anos, aponta o vice-diretor do Instituto dos EUA e do Canadá. Forças pró-americanas chegaram ao poder na Ucrânia através de um golpe de Estado. Previa-se que a Rússia teria o acesso limitado ao mar Negro e, afinal das contas, perderia a base naval na Crimeia.

Esta operação também fracassou. Em resultado de um referendo, a Crimeia anunciou a independência e posteriormente aderiu à Rússia. O malogro do cenário de afastamento da Rússia da Crimeia provocou uma onda de descontentamento no Ocidente. Pelo visto, é nisso que se encerra a ameaça que a Rússia representa para os aliados dos EUA, da qual falou o vice-ministro da Defesa americano, Robert O´Work.

Mas qual é a China? Com o crescimento de sua potência econômica, a China não quer mais ficar na sombra no palco de política externa. O país tenta alargar sua influência na Ásia. Em parte, essa postura manifesta-se no fato de a China ter começado a declarar mais rigidamente seus interesses em disputas territoriais, o que irrita muito os Estados Unidos, diz o dirigente do Centro de Segurança Internacional, Alexei Arbatov.

“A China, por exemplo, reclama direitos à ilha de Spratly, pretendendo monopolizar nesse território a extração de hidrocarbonetos. Esse fato preocupa muito Vietnã, tal como Indonésia, Tailândia e Malásia. Os receios daqueles países não são vãos. Obama tentará conseguir que a China não crie ameaças para os aliados americanos mais próximos, como o Japão, Coreia do Sul, países do Sudeste Asiático”.

Na realidade, a América não quer simplesmente perder suas esferas de influência, nas quais assenta a nova ordem mundial. Por isso, o crescimento da influência da China se classifica como ameaça a aliados e a integração voluntária da Crimeia na Federação da Rússia se considera como anexação.

O problema não consiste em que outros países alterem artificialmente a distribuição das forças que se formou há 70 anos. O mundo não é imóvel, aparecem novas potências capazes de competir econômica e geopoliticamente com o antigo líder. Ao mesmo tempo, a possível aproximação de concorrentes é o aspecto mais desagradável para os Estados Unidos.

Assim, por exemplo, a mídia americana havia declarado repetidas vezes que a aproximação de Moscou e Pequim é pior que uma guerra fria para Washington. Conjugando seus esforços, os dois países podem ultrapassar militarmente os EUA, não deixando para a América um lugar na Ásia.